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Mostrando postagens de 2015

Vibrando em afinidade - focando no que nos aproxima

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Uma vez, muitos anos atrás, li uma frase que me impactou. Dizia mais ou menos assim sobre as manchetes de violência que se liam nos jornais: Triste o dia em que as boas ações sejam manchete. Será sinal de que deixaram de ser normais e passaram a ser exceção. Pois não é que esses dias chegaram. Hoje as manchetes que nos chamam mais a atenção falam da bondade mais que do cinismo. Mais da generosidade que do egoismo. Parecem tão inusuais! Teremos chegado àquele ponto em que embrutecemos? Quando foi que as boas ações passaram a ser atos que deixaram o limite da normalidade? Onde deixamos de focar no lado positivo da vida para nos ater ao que nos distancia dos outros seres humanos? Problemas sempre existiram. Eu, na minha curta vida em termos históricos, embora longa para mim, me lembro de várias crises. Pontos de desesperança na economia, pontos de medo na vida mundial. Cresci na guerra fria(**), eu tinha medo que houvesse uma cisma entre o americano de plantão e o russo de então,

Snaps da solidão

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Gente sozinha gosta de falar muito. Eu tinha uma conhecida que morava só, já com muitos anos de estrada, que mal me via despejava toda uma torrente de fatos que lhe tinham acontecido. Eu, na pureza dos anos tenros, achava meio cansativo. Não me levem a mal. Não era má vontade de escutar. Era cansaço no ouvido. Eu tinha que fazer um exercício de meditação. Desligar o áudio, descansar o ouvido e mente para que pudesse restar um pouco de sanidade. Mas isso foi obviamente antes da era das redes sociais e smartphones. Hoje a inundação de informações, relevantes e nem tanto, abobrinhas e mesquinharias, belezas e sensibilidades são jogadas sobre nós a uma velocidade estonteante.  Já não nos basta navegar, encontrar amigos, postar nossos sonhos, comidas e atos. Não. Queremos atenção. Queremos curtidas. Queremos ser ouvidos. No início da era das redes sociais, era tudo tão libertário. Uma nova realidade onde todos poderiam estar conectados. Pelo menos todos os que pudesse paga

Meu primeiro assédio

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Impressionantes os relatos que tenho lido de mulheres de todas as idades e posições sociais com a hashtag "meuprimeiroassedio" (ou também #primeiroassedio). O que mais me impactou não foram apenas os relatos, mas a quantidade e "coincidência" de atos.  Fica escancarada a permissão para que os "machos" se sintam a vontade para cantar, passar a mão, expor seus desejos, gritar suas vontades, como se as mulheres, não importando a idade, estivessem ali apenas para satisfazer os seus instintos. Mais cruel é ver como homens dito adultos, alguns com fama e talvez com algum tipo de educação formal, se sintam a vontade para expor a sua falta de empatia com as mulheres que foram vítimas e que se armaram de muita coragem para expor isso publicamente.    Sim, é preciso coragem para expor algo que deveria envergonhar quem praticou, não quem sofreu. Isso mostra o quanto essa cultura que tudo permite aos homens é cruel. Meninas aprendem desde pequenas que devem s

Fui comprar tênis e saí de sapatos vermelhos

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Dia complicado.  Fim de mês. Auto estima em processo de reencontro. Mas bem no comecinho, saca? Mais prá menos que prá mais.  Junta burocracia e um monte de coisas para fazer. Justo aquelas que a gente detesta.  Resumo dos meus últimos dias.  Juro que estou tentando. Tentando focar. Tentando me organizar. Tentando não ser paranoica e achar que (quase) tudo está dando errado.  E o pior!!!! Já passei da menopausa há muitos anos. Então nem sobre ela posso julgar a culpa. Não há chocolate que passe. Ao contrário, só vai aumentar o peso. Pois foi nesse dia, depois de um chá de banco em um Banco, que fui comprar um par de tênis.   Não que eu seja lá muito esportiva. Mas amo tênis sem cara de tênis. De velcro. Preto. O meu está caindo aos pedaços e quem disse que desapego. Não. Não mesmo. Pelo menos até achar outro. Mas não é todo dia que passo (a pé) por aquela loja. Sempre tive vontade de vasculhar o que tinha por ali. Sempre pensando no tênis. Preto. De velcro. Não tin

Cultura do OU - o caminho é agora

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Verdades e certezas absolutas. Estou fora.  A gente constrói nossas vidas em escolhas e esbarramos em encruzilhadas. Ou isso ou aquilo. E muitas vezes temos que optar. Algumas decisões são difíceis, complicadas. Mas delas é feita nossa vida. Para nos amparar vamos construindo uma rede de certezas. Algumas nos servem agora. Ou nos serviram no passado. É bom ter convicções. Mas para mim cristalizá-las, mantê-las congeladas como verdades absolutas cheira a sectarismo. Nunca gostei de gurus. Nunca acreditei que devo seguir cegamente algo porque alguém assim pensou alguma vez. Por mais sagrado, inteligente e respeitado seja o texto.  Não acredito em dogmas. Não sei porque algo tenha que ser isso OU aquilo sempre. Porque não pode ser isso E aquilo. Ser cristão e marxista. Acreditar em meritocracia e cotas. Também vale para o contrário. Aceitar algo do espiritismo, mas não tudo. Vale para qualquer religião. Estar aberto à outras verdades. Ser gremista e não anti colorado. Ter ami

O que faz você parar e pensar: “Uau!”

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Essa pergunta, tipo indagação daquelas que entra dentro da gente, meio sem modos, feito vizinha fofoqueira, me pegou de cheio. Como assim o que me faz parar e pensar: UAU! UAU é o aportuguesamento de WOW! Que deve vir de wonderful. Wonder, mal traduzindo, é maravilha, milagre, encanto, espanto, enigma, assombro. Palavras que por si só dariam um poema. Mesmo que de pé quebrado. Maravilha que nasce alegre Transforma o agora em milagre Traz encanto Puro espanto Puro enigma n'alma Assombro que não acalma O que realmente me deixa nesse estado meio bobão? Tirando os óbvios sentimentos de generosidade, paz no mundo, dia de sol e orgasmo com amor, o que me faz parar e gritar UAU passa por:   Um livro magnifico que me arrebata e não me deixa parar até que eu chegue ao final Uma música que me leve sem que eu espere e vá num crescendo até explodir em um acorde final Uma saudade boa de alguém que já não posso ver Alguém querido saber o que quero dizer sem que eu precise d

Nós, Nozes, Nós

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C Salvador Dali Nós a gente desata. Nozes a gente consome. Nós é que aperta o calo. Quando tudo derrete ao sol, feito espuma de sabão, a vida vai se parecendo a um enigma mal resolvido. Um clichê barato que mal encaixa suas peças e logo transparece toda uma inconsistência que beira ao non sense . Talvez o tempo seja assim mesmo. Uma invenção absurda de quem tenta fazer sentido o que pouco tem. Para quem, por acaso, olhasse a Vida de um outro ponto de vista, tipo um avião, se possível fosse, talvez visse tudo como um imenso mundo que coexiste. Mas Nós, meros seres rastejantes, condenados à procura de substância, nós procuramos encaixes. Por eles nos consumimos. Por eles atamos nós. Por eles vivemos, sobrevivemos. Apesar deles, apesar da falta deles, na verdade. Apesar de. Sempre me resta a dúvida de que o roteiro talvez seja esse mesmo. Um dramalhão, uma opereta. Talvez nada faça muito sentido. E que nos reste apenas descobrir, nem que seja de muito leve, que a Vida paira

Frágil que dá dó - sou eu

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Frágil. Devo ter sido marcada no bico da cegonha como muito frágil. Tipo: cuidado para não quebrar. Estão rindo com a história da cegonha. Pois saibam que ela era moda no século em que nasci. Meu irmão foi inclusive no zoo falar com a própria para pedir um irmãozinho. Coitada, devia ser meio surda porque em vez do piá para jogar bola e brincar de soldado, acabou trazendo uma guria loirinha e de grandes olhos castanhos. E cheia de fragilidades. Mas nem eram essas fragilidades que as meninas aprendem a mostrar, nesse joguinho de gêneros. Essas coisas de frufru e cor de rosa nunca me pegaram. Gostava de princesas sim, mas as minhas histórias eu mudava o enredo para uma mocinha menos dependente.  Não, essa fragilidade que falo vem de uma percepção de mundo cheia de empatia. Uma capacidade de se colocar no lugar de outro (e sim, até dos que pensam diferente). Um defeito de fabricação que me faz meio torta, meio sem noção de comportamento.  Não, não sou rebelde. Pelo meno

Até porque SOMOS fodas

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Fodonas! Já disse que não sou. Pelo contrário. Sou até bem bobona . E essa coisa do ONA vem como rótulo quando a gente passa de certa idade. A não ser que sejamos uma Cláudia Raia da vida que passava dos 1,80 com tenra idade.  No começo somos inha. Bonitinha, gostosinha, queridinha. Depois passamos aos adjetivos simples: bonita, gostosa, querida. É quando a gente vira ONA que a coisa começa a pegar. Igual quando nos chamam de tia pela primeira vez na rua. Tia, me dá um troco? Como assim moleque, e eu lá sou tua parenta? ( e eu já usava parenta antes da presidenta, então nem vem com piadinha infame, ok). E o ONA....a gente posta uma foto nas redes sociais. E lá vem os cumprimentos de praxe: Tá bonitONA, ein? Pronto! De duas uma, ou estamos além dos quarenta ou estamos quilos acima dos modelos das semanas de moda. Ou o pior: os dois juntos!!!!! Lá vamos para o espelho olhar se as rugas estão aparecendo demais, se os pneus e culotes estão tão visíveis, se os terríveis cabelos b

Hoje só finjo ser boba #SQN

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Hoje só finjo ser boba  #SQN Confesso: sou boba sim. Sou ingênua, olho o mundo com jeito de Poliana . Tenho o incrível defeito de tentar enxergar o lado bom de tudo. Além de um capacidade empática que me faz entender o ponto de alheio. Às vezes ele se choca com o meu. Mas o meu lado bobona me faz meio desprotegida para ser fodona. Sabe aquele tipo que sou mais eu e o resto que se ferre? Pois é. Não sou assim. Para mim esse tipo ainda leva o nome de egoísmo por mais que as novas terapias e jeitos de ver o mundo o glorifiquem. Perante nós mesmo todos fingimos ser mais ingênuos do que somos: é deste modo que descansamos dos nossos semelhantes. Friedrich Nietzsche Mas e quando eu me flagro da bobice de ser boba, me desestabilizo. Desmorono. Talvez, um lado interno grita, seja melhor crescer e ver o mundo de maneira mais pragmática. É uma selva, está aí para que a gente encontre a melhor maneira de sobreviver. A nossa maneira. Não importa o quanto custe ao outro.

Buscando no passado

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Levei a sério a recomendação de não escrever com pressa. Aliás, ando em ritmo de slow way of life . Triste isso de se acostumar a falar expressões em inglês, mas fazer o que. Não dá para ter tanta xenofobia e sem apelar aos parcos conhecimentos da língua inglesa fico sem poder me comunicar na internet. E olhe que os meus conhecimentos se encolheram nos últimos anos. Tenho que aprimorá-los urgentemente  ! Mas prosseguindo, além das recomendações da amiga que cronometrava as minhas refeições, fui ler um livro que ela me emprestou chamado : Autocuraterapia: Transformação Homeostática pelo tratamento independente de Tomio Kikuchi. E deu um clique ! Sabe como é quando essas coisas estalam na cabeça da gente, a gente assimila não só com a cabeça, mas com a vontade. E desde daí (deve fazer uma semana) estou comendo super devagar, mastigando bem. Nos primeiros dias acharam que eu estava comendo demais. Agora já se acostumaram. E como toda transformação nunca vem sozinha, também estou ten

E a filosofia, quem diria, começou no fogão

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Figura de Monica Crema Já sentiram aqueles momentos em que a energia parece ter chegado ao nível mínimo de sobrevivência? Como o carro que está na última gota? Aquele momento, não patológico, onde tudo o que se precisa é parar em algo, alguém, qualquer coisa que nos recarregue já que nem no tranco pegamos mais. Estava assim semana passada. No limite do limite. Não é muito comum que eu chegue a tanto. Em geral antes disso eu consigo reagir, me puxo de alguma maneira e levanto. Esse alguma maneira quase sempre envolve criatividade. Escrever em geral é certeiro.  E hoje, lendo o jornal, sobre "o que o nosso cérebro faz por nós", achei um dado interessante. Ali diz que uma das teorias que talvez expliquem o nosso maior potencial cognitivo seja a ideia de nossos ancestrais de cozinharem o que comiam. Como assim? Nossa imensa tecnologia e nossa civilização moderna se devem à comida???? E ao fogão??? E eu achando que a maior invenção tinha sido a roda. Po

Pitacos de elegância

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  Cada vez mais me convenço que elegância tem a ver com atitude, personalidade e simplicidade. Tudo o que vemos na mocinha acima. Aliás considerada um dos símbolos da elegância no século XX em nossa cultura ocidental. Audrey era elegante de Givenchy ou Dior. E também era elegante de sapatilhas e roupa preta. Ela era. Pessoas que são. Gosto.  Mas como assim? Tem gente over . São elegantes? Para mim são. E aí cabe uma ressalva: o que em mim pode ser elegante, em outra pessoa não. E vice versa. E demais a mais, roupa é acessório. A elegância mora dentro de nós. A minha, por exemplo. Não passa por muitas compras. De roupas jamais. Mas quando compro gosto de coisas boas. E clássicas. Duas razões: coisas com qualidade são em geral mais duráveis. E as clássicas também.  As estampas cansam. Acho lindas, mas não dá para repetir toda hora. Senão pelos outros, por mim que detesto muita repetição. Mas uma calça de alfaiataria ou um jeans e uma blusa lisa podem ser repetidos

Aleatoriedades

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Aleatoriedade. Gosto dela. Sempre usei essa coisa de ir à biblioteca, pegar um livro ao acaso e ler uma frase. E imaginar que ela me traz uma mensagem direta.  Como assim??? O Universo agindo por sinais, uma energia inteligente que age? Ou o acaso sendo canal de meu próprio olhar? Já falei sobre isso em Intuição e/ou energia - experiências e Sincronicidade, viagens e aprendizados .   A palavra aleatoriedade é utilizada para exprimir quebra de ordem, propósito , causa , ou imprevisibilidade em uma terminologia não científica. Um processo aleatório é o processo repetitivo cujo resultado não descreve um padrão determinístico, mas segue uma distribuição de probabilidade ( fonte ) Um padrão é uma forma cômoda de seguir a vida. Tendemos a fazer os nossos e nos recolhemos à eles como fazemos com chinelos velhos e gostosos. Nos dão segurança. Sabemos que funcionam.  Funcionam? Até por aí. Funcionaram. Funcionam hoje de alguma maneira.... MAS Não seria interessante ver de

O que a maturidade me ensinou

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FONTE Maturidade. Aquela palavra que define quando chegamos a um equilíbrio entre coração e razão.  O coração é o pé no chão, é o que brota de dentro quando marcamos território. É meu e foda-se o resto. Quanto começamos a mensurar o sentido do foda-se e principalmente se estamos preparados para pagar o preço e a partir daí definimos nossas escolhas, conscientes e com responsabilidade, podemos dizer que estamos começando a ficar maduros.   Mas então cara pálida (e sim, estou branca pra caramba, falta de sol, etc, etc) essa tal da maturidade é um pé no saco. Não. Absolutamente. Apenas te faz uma pessoa e não uma criança birrenta. Um exemplo pessoal que lembro até hoje. Sou solteira até hoje por ene razões. Agora já desencanaram de me cobrar. Menos minha mãe. Mas enfim, houve épocas piores. Pelos meus vinte e poucos anos, uma senhora que gostava muito e que já se foi, me perguntou se não pensava em me casar. E eu, na arrogância natural da idade, disparei uma frase: "Enqu

A verdade é urgente. E nada elegante

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Quando uma foto fala por si. Conta história. A sua história. Não importa se ela é real hoje, se já foi um dia. Ela entra no seu olhar, se instala por dentro do seu corpo. Te magnetiza e parece gritar para que voltes. Voltes a derramar a tua presença em algum tempo em que foste gente. Ser gente. O que é isso mesmo?  Tão esquecido em ser alguém outro. Alguém que corre. Alguém que faz. Alguém que noves fora se perdeu de si mesmo. Perder de si. Tanto tempo a fazer pelos outros, tanto tempo a abdicar de gostos, vontades e desejos para ouvir, atender, dedicar. O resultado: uma certa falta de brilho no olhar. Uma quietude que não é harmonia. Uma mansidão que não é de alegria. Uma sensação de tanto fez como tanto faz. Afinal a vida é breve e meio sem sentido.  Um dos primeiros sintomas dessa falta de sintonia com a vida é a falta de criatividade. Ou por outra: a criatividade existe, ela borbulha, fala ao ouvido. Falta é o tesão de colocar em prática. Aquelas ideias que

Basta ter ideias

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Escrever é fácil, já dizia alguém que dominava a arte, um tal de Pablo Neruda . Basta ter ideias para colocar entre a maiúscula inicial e o ponto final.  Já para a Clarice Lispector não havia necessidade nem da maiúscula inicial. Bastavam as ideias que podiam começar com uma virgula e terminar com dois pontos e deixar que o leitor divagasse. De repente me veio a ideia maluca que isso podia ser um contraponto de visões masculina e feminina. Ainda não suficientemente elaborada para que discorra sobre ela. Enfim, não importa como comece nem como termine. O que realmente importa são as ideias.  Assim como na vida. Com a diferença que a vida é mais surreal e mais surpreendente que a literatura. Pensem bem, se não fossem as ideias de cada um, todos os livros, enredos e vidas seriam iguais. Um começo e um fim. Pronto. Sem mágoas, sem depressões, sem paixões, sem revoluções. Apenas começo e fim.  E bem sem graça também. Imaginem que nem haveria espaço para bibliotecas. Quem have

Imaginação

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Imaginação. Sim, mulheres imaginam. E isso faz muita diferença.  Como imaginar que não vai haver sempre uma DR na vida de uma mulher. Afinal elas imaginam. Tudo. Mesmo o que você não fez. Mas queria fazer. Elas sabem. Me lembro da minha imaginação. Primeira de mulher que nascia.  Além dos olhares para alguns coleguinhas de escola e paixões platônicas por artistas de série de sci fi na TV, minha experiência com o sexo oposto era nula. Tinha doze anos. E imaginava. Mas tinha amigas que não. Elas faziam! Falavam de beijo na boca. Mas não um qualquer: beijo de língua! Era o máximo da ousadia nos idos de 70. Acho eu. Na minha imaginação. Era época de liberdade sexual, mulheres já tinham queimado o sutiã - e eu queria muito não ter peitos para não ter que usá-los. Nunca mais.   A pílula tinha chegado, trazendo uma possibilidade nunca antes vivida pelas mulheres. Não sem muitos cuidados e sustos. E eu ainda não tinha beijado. E nem iria pelos próximos seis ou sete anos

Pica minha alma

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Sem explicações

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Não para a vida Não para a morte Para esse tempo que machuca Para essa espera angústia Não para essa porra Que ensinam como certo Que enfiam goela abaixo Manual de ser certo Não para o medo presente Não para o futuro brilhante Não para o passado humilhante Não para tudo que cansa Não, mil vezes não. Chega da boa mocice Basta da auto ajuda viciada Da vida queria apenas Que passasse assim tão ligeira Sem pergunta Sem cobrança Apenas coisa molenga Das que viram presença Das que nunca cansam Elenara Leitao