9 verdades e uma mentira

Brincadeiras revelam as pessoas. Devo admitir que essa que corre nos dias de hoje naquela rede social que pretende definir o que é verdadeiro no mundo, me fez conhecer mais a fundo muitas das pessoas com quem convivo. Virtualmente e na realidade.

Eu já tinha me feito esse desafio ao revelar aqui no blog, bem antes disso, ao revelar 20 coisas interessantes que já experimentei na vida e nos 60 fatos da minha vida que você nem desconfiava (I, II, III e IV) 

Interessante analisar como quase todos nós temos a tendência de rotular alguém (e mesmo a nós) com uma imagem. Para muitos sou a mulher elegante e bem educada e há quem não me julgue capaz de fazer nada que saia da linha de comportamento aceito socialmente. Também faço isso com outras pessoas. Talvez por isso olhar uma lista, feita muitas vezes de brincadeira, mas que revela facetas não conhecidas por nós, nos revele uma pessoa mais complexa que tínhamos delineado.

Nossas verdades, ou versões do que nos aconteceu, fazem parte do que somos, construção de uma História ainda incompleta. Somos a criança birrenta que não comia arroz que se transformou na mulher que ama risoto. Só para dar um exemplo prosaico das transformações por que passamos.

E se as nossas verdades sofrem essas mudanças, que dizer da mentira? 

Primeiro que somos ensinados que mentir é feio. Mas mamãe e papai mentem. E quando somos capazes de discernir, eles nos explicam que há verdades que machucam e mentiras sociais que ajudam. Complexo para a cabeça de crianças que adoram dizer que a Vó querida é feia e velha porque tem rugas e braços flácidos. E nos seu jeito de expressar amor, nem percebe se a Vó ficou triste...Do verniz social passamos às mentiras que nos socorrem (fiquei doente, professora, e não consegui fazer o tema de casa) às mentiras convenientes que se encaixam em nossas versões. E que de tão repetidas, se tornam parte de nossas verdades. E quando menos esperamos nosso olhar se cristaliza e a NOSSA versão passa a se encontrar com a versão de outras pessoas. As vezes coincidem e olha a tribo formada. As vezes são tão divergentes e se não cuidarmos, surge a rivalidade, a intolerância, a guerra. 
Não ser descoberto numa mentira é o mesmo que dizer a verdade. Aristóteles Onassis
 Podemos nós dizer em sã consciência, depois de algumas décadas de vida, o que de nossas versões relatadas correspondem aos fatos? Quando rompemos com aquele ex amor, nossas razões parecem as mais relevantes. E as dele? Seriam menos verdadeiras? Quando fomos despedidos, deletados, relegados por algo ou alguém, o que de verdade existe na versão alheia? 

A capacidade de se colocar na visão do outro, a tal da empatia parece coisa de museu. Tanta que já há tentativa de resgata-la porque foi esquecida na vida cotidiana. 

Por isso gostei da brincadeira. Por instantes me coloquei na versão alheia. Enxergando amigos e amigas como eles se enxergam quando colocam verdades sobre eles que não imaginamos. 

E a pegadinha da mentira é para que vejamos o quanto é difícil discernir o fato e a imaginação...

E para quem ficou curioso com as verdades e uma mentira que postei na rede:

1 mentira e 8 verdades...Será que você descobre?

1- Eu era muito chata para comer. Arroz então, se escapava um para dentro da boca, eu parava tudo e jogava longe. Com três anos.
2- Uma das mais deliciosas sensações da minha vida foi subir a serra na garupa de uma moto.
3- Uma das minhas maiores vergonhas de criança foi ter feito xixi quando dormia na cama de meus tios.
4- Nunca usei ou provei drogas. Exceção para um cigarro normal.
5- Minha matéria favorita no colégio era desenho.
6- Joguei futebol no colégio em Brasília.
7- Meu primeiro beijo foi depois dos 20 anos
8- Já dormi em uma casa de pescador em um carnaval
9- Desfilei em um bloco de rua em outro carnaval

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